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Narguilé pode ser mais prejudicial do que cigarro

Data da notícia: 2016-01-22 12:26:57
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Inventado na Índia há mais de 400 anos e tradicionalmente utilizado nos países a leste do Mar Mediterrâneo, o cachimbo de água ? mais conhecido como narguilé ? vem se difundindo no Ocidente desde os anos 90, especialmente entre os jovens. Um dos principais motivos para a popularização é a crença de que ele é menos prejudicial à saúde do que o cigarro convencional.

Recentemente, porém, especialistas destacaram que além do maior risco de câncer de pulmão, doenças respiratórias e nas artérias coronárias, comuns a todos os tipos de tabagismo, o fumo de narguilé pode causar lesões na boca e na garganta, ocasionando problemas sérios. Em outubro de 2015, o Journal of the American Dental Association publicou o artigo "Associação entre o fumo de tabaco em cachimbos de água e condições de cabeça e pescoço: uma revisão sistemática", coordenado pela pesquisadora Teja Munshi, da Universidade Rutgers (EUA).

O estudo confirma que o uso de narguilés está associado à maior incidência de inflamações, periodontite, lesões pré-cancerígenas e câncer de boca, entre outros problemas. O consumo de tabaco pelo produto também se relaciona a infecções por Candida ("sapinho"), edema nas cordas vocais e elevação dos níveis de cromo e níquel no sangue, elementos carcinogênicos que, a longo prazo, podem provocar distúrbios neurológicos.

Geralmente fumado em grupos nos quais o mesmo cachimbo é compartilhado por várias mangueiras, o narguilé atrai pelo apelo socializador e por também queimar tabaco aromatizado. Muitas pessoas julgam o filtro de água um purificador mais eficiente e creem tragar uma fumaça menos nociva. No entanto, como cada sessão de fumo dura entre 20 e 80 minutos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o fumante pode aspirar o equivalente a 100 cigarros durante o período, consumindo até um litro de fumaça por tragada. Além disso, a água não retém diversos componentes tóxicos do tabaco, nem os metais produzidos pela queima de carvão.

Mesmo o menor risco de dependência em relação ao cigarro comum pode ser questionado, já que não há regulação do percentual de nicotina no tabaco utilizado. O periodontista e estomatologista Luciano Alberto de Castro (CROGO 3323) observa ainda que o assoalho da boca é uma região muito permeável, e, por isso, os elementos tóxicos do vapor penetram rapidamente na circulação sanguínea. Não tragar a fumaça ? a exemplo do charuto e do cachimbo convencional ? não elimina os malefícios à saúde. "Dentro da boca, a fumaça age sobre a mucosa oral e pode transformar células saudáveis em células doentes", explica.

Câncer de boca - Em 2014, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Xarja (Emirados Árabes Unidos) e do Ministério da Saúde da Jordânia observou que, naquele país, os fumantes regulares de narguilé eram diagnosticados com câncer de boca cinco anos mais cedo do que os fumantes de cigarro ? e cerca de 20 anos antes dos não fumantes. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de boca está entre os dez tumores mais comuns tanto em homens quanto em mulheres.

As chances de que a população jovem esteja se predispondo à doença já é uma preocupação do Ministério da Saúde: de acordo com o órgão, o número de usuários de narguilé no país saltou de 2,3% em 2008 para 5,5% em 2013, predominando nas regiões Sul e Sudeste.
O câncer de boca inicialmente se manifesta como uma ferida esbranquiçada ou avermelhada, que não dói e não cicatriza. "Se a pessoa têm consciência de que o narguilé pode causar a doença e decide continuar fumando, ela deve pelo menos fazer o autoexame oral, principalmente nas laterais da língua", pondera Castro. O hábito é importante porque, quando a lesão começa a doer, o tumor já está avançado. Ele alerta, ainda, que o tabagismo prolongado ocasiona problemas nas gengivas e fragiliza o suporte dentário, podendo levar à perda de dentes. Com informações do MSN.

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